quinta-feira, 14 de agosto de 2014

QUANTO TEMPO LEVA PARA UMA PESSOA CANTAR BEM


Cantar bem depende de vários fatores:
  • Condição atual
  • Estilo musical
  • Objetivos como cantor (profissional ou amador)
  • Dedicação ao estudo
  • Determinação para superar obstáculos
  • Timidez
  • Barreiras psicossociais 

Levando tudo isso em consideração, cantar bem, para uma determina pessoa, pode levar alguns meses ou anos, como foi o meu caso. Mas isso não quer dizer que não se possa obter mudanças significativas na voz em uma ou duas aulas! Muitas vezes uma aula faz a diferença.

Algumas pessoas buscam as aulas de canto simplesmente para terem um momento para si, um momento na correria da vida onde ela pode soltar emoções reprimidas e se divertir cuidando da voz e dela mesma. O megaempresário Abílio Diniz atesta isso em seu blog: http://abiliodiniz.uol.com.br. Essas pessoas geralmente não têm tempo para praticar os exercícios em casa e acabam cantando apenas nas aulas o que implica, logicamente, em um desenvolvimento mais lento, porém não menos efetivo.

Agora, se você tem tempo para estudar, o que mais pode atrapalhar são as barreiras psicossociais. Elas são formadas pelo conjunto de paradigmas de vida atual como “ser músico é ser pobre”, “pra que fazer aula de canto se sua voz é desafinada”, “nunca cantarei tão bem quanto um cantor famoso”, “minha voz é feia”, “não tenho recursos”, “bom cantor é aquele que nasce sabendo cantar”, “não posso errar”, “cantar é um dom” e “eu não tenho o dom de cantar”.  Por mais que a gente não pense nisso na hora, essas ideias estão encrustadas no nosso subconsciente e nos impedem de evoluir mais rápido. É muita expectativa... Portanto, a chave para um desenvolvimento rápido é: acabar com as expectativas. Se permita errar e logo as muletas da voz cairão e ela começará a se desenvolver mais rapidamente. 

Para ilustrar um pouco o que estou falando, assistam ao meu vídeo sobre timidez:



As mudanças não acontecem da noite para o dia! Lembrem-se, a voz funciona pela atuação de diversos músculos que, como qualquer outro músculo do corpo, precisam ser estimulados para se desenvolverem e isso leva um tempo.

Bom estudo a todos!

Um grande abraço!


sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Timbre de voz X Tom de voz X Classificação Vocal

Diariamente eu rebo várias mensagens de pessoas de todas as idades e regiões do Brasil, e até mesmo alguns de fora do Brasil, querendo sanar algumas dúvidas ou que eu diga o que acho da voz delas e o que deveriam fazer para melhorar a voz. Eu procuro responder o máximo que posso, mas infelizmente não consigo atender a todos. Acontece que nessas mensagens costumam aparecer com frequência erros de terminologia, ou seja, utilizam de forma errada certas palavras do meio musical. Isso acaba dificultando um pouco o meu entendimento das dúvidas e também pode induzir as pessoas a conclusões erradas a respeito do uso da voz.

O principal engano está na utilização dos termos “timbre de voz” e “tom de voz”. São duas coisas diferentes que são usadas nas mensagens se referindo à CLASSIFICAÇÃO VOCAL.

Para entender melhor:

  • TIMBRE de voz: o timbre é a “cor” do som, a impressão digital da voz, aquilo que faz com que a sua voz seja diferenciada da voz de uma outra pessoa. Com o estudo da técnica vocal é possível fazer alguns ajustes dentro da boca e na laringe para obter timbres vocais diferentes como: voz nasal, fanha, entubada, estridente, cheia, opaca, soprosa, etc. Todas essas variações timbristicas a gente consegue com ajustes na ressonância, posicionamento da laringe, da língua, abertura da boca e grau de fechamento das pregas vocais.
  • TOM de voz: o tom está ligado à altura do som (graves e agudos) não ao volume. Dizemos que uma pessoa tem um tom de voz grave ou agudo para indicar que a voz falada dela se concentra em regiões mais graves ou mais agudas. Isso não determina a classificação vocal dela, mas pode dar uma pista. 
  • CLASSIFICAÇÃO VOCAL: nomenclatura utilizada para agrupar pessoas com características vocais semelhantes. Atualmente, classificamos as vozes da seguinte forma, da mais grave à mais aguda:
    • Mulheres: Contralto / Mezzo-soprano / Soprano
    • Homens: Baixo / Barítono / Tenor

*Para entender um pouco mais sobre a classificação vocal e seu desenvolvimento na história acesse: História do canto ocidental

O tom de uma música é algo diferente. Uma música é formada, basicamente, por uma harmonia e uma melodia extraídas de um determinado tom, ou conjunto de notas. O que vai determinar se conseguimos cantar, ou não, uma música é a forma como a melodia está escrita, se tem muitos graves ou notas muito agudas. Duas músicas escritas no mesmo tom podem ter harmonias e melodias completamente diferentes! Portanto, é errado falar, por exemplo, “Meu tom é Lá. Só consigo cantar músicas nesse tom.” Podemos cantar músicas em qualquer tom, tudo vai depender de como a melodia foi escrita. Para complementar, assista ao vídeo abaixo.



Concluindo, uma pessoa pode ter um timbre de voz nasal, usar um tom de voz grave, ser um tenor e cantar músicas em diferentes tons. :)

É sempre bom sabermos um pouco de teoria para usarmo os termos com propriedade e nesse site vocês acharão um guia teórico bem interessante: www.maestrovirtual.com.br

Um abraço!

terça-feira, 22 de julho de 2014

Perdi meus agudos!


Hoje eu estava respondendo uma dúvida de uma pessoa que já canta no grupo da igreja e em casamentos e que disse estar perdendo os agudos e pensei que muitas pessoas também podem estar passando pelo mesmo problema, por isso resolvi compartilhar. Ele disse que a voz parecia rouca e irritada, principalmente no frio.

Quero deixar bem claro que não sou médico ou fonoaudiólogo. Essas são algumas dicas do que eu costumo fazer quanto tenho esses problemas.

São várias as causas possíveis dessa rouquidão e perda dos agudos:

  • Força demais. Você pode ter cantado fazendo uma força além do necessário para cantar e essa dificuldade agora com os agudos é um reflexo disso. Se for isso, procure fazer exercícios de vibração de língua ou de lábio como eu mostro no vídeo "Voz na garganta / extensão" evitando os extremos da voz e fazendo tudo com muita tranquilidade, sem força. Levará uma ou duas semanas para a voz voltar ao normal.
  • Prega vocal ressecada. No inverno não costumamos beber muita água e o corpo acaba ficando meio desidratado. Se as pregas vocais não forem devidamente hidratadas diariamente elas não vibrarão da forma que deveriam e, consequentemente, o esforço delas será maior causando um cansado vocal e rouquidão. Nesse casso, beba água (de 1,5L a 2L por dia)
  • Refluxo. É um problema muito comum entre cantores. A constante movimentação do diafragma produz uma certa pressão no estômago que por vezes libera um pouco do suco gástrico que acaba molhando as paredes da faringe e irritando até mesmo as pregas vocais. Alguns sintomas são: ardor na garganta (principalmente ao acordar) e pigarro além do normal. Se esse for o caso, você deve procurar um otorrino e ele o encaminhará para o gastro. Você pode reduzir os sintomas comendo até 3hs antes de dormir, diminuir os alimentos condimentados, evitar frituras, não beber durante as refeições e beber bastante água.


Também pode ser uma mistura dos 3! Cabe a você perceber como as coisas estão funcionando no seu corpo e tomar as devidas precauções.

Eu já passei pelas 3 e digo que o mais chato é o refluxo... Mas, a gente tem que aprender a lhe dar com essas situações porque não é sempre que estamos 100%. Nessas horas a técnica é de suma importância!

Por isso, NÃO DEIXEM DE PRATICAR!

Aproveitando, assistam ao meu vídeo "Rouquidão"!

Boa sorte!

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Começando a estudar música

Olá!

Muitas das perguntas que recebo de pessoas interessadas em cantar ou tocar não são dúvidas sobre a utilização da voz e sim de teoria musical. Sendo assim, fica um pouco difícil de responder algumas questões de forma adequada visto que precisam de um certo conhecimento prévio.

Pensando nisso, procurei na internet por algum material acessível a todos e que tivesse uma certa qualidade e me deparei com esse site: www.maestrovirtual.com.br. É um pequeno curso de teoria musical básica, mas que abrange a maioria das questões de quem está começando no mundo da música.

Também achei um outro site da prefeitura do Rio de Janeiro onde é possível conhecer o papel de cada parte de uma orquestra, além de entender o porquê de ter um cara na frente fazendo gestos com as mãos (o maestro ou regente). Esse é o link do site: http://portalmultirio.rio.rj.gov.br/portal/popup/orquestra/orquestra09h.swf


Divirtam-se e bons estudos!

Gustavo Tassi

segunda-feira, 17 de março de 2014

Desativando o campo minado! |\m/|



Que final de semana legal!

Chega a me faltar palavras para descrever o prazer em ter participado de algo tão inovador aqui no Brasil!

Nos dias 15 e 16 de março foi realizado em São Paulo o I Congresso Brasileiro de Profissionais da Voz onde o tema era o Rock. Isso foi sempre uma coisa muito obscura e tenebrosa para a maioria dos professores de canto, fonoaudiólogos e otorrinos. Eu via como um parque de diversões construído sobre um campo minado! (Imagina isso!) É um estilo musical que sempre gostei, inclusive, foi o que me fez começar a estudar o canto. Mas eu ficava muito inseguro para brincar nesse parque, tinha medo de pisar numa mina de tensão, rouquidão, calos vocais, falta de informação e outras tantas. E nesse cenário o Congresso veio como um grande alívio desativando todas as minas e abrindo caminho à compreensão e estudo das técnicas que se aplicam ao rock em todas as suas vertentes.

De uma maneira geral, foram abordados assuntos relacionados ao uso dos temidos drives, growlings e outros efeitos de "voz rasgada"  (aqui os fonos, otorrinos e professores de canto começam a se entender e a reconhecer que essas técnicas, realizadas da maneira correta, não prejudicam a voz), posicionamento no palco, gerenciamento de carreira, a importância do estudo musical, e não só vocal, cuidados com a voz, metodologias de ensino, além de uma visão de como esse estilo de canto é ensinado nas diferentes regiões brasileiras.

Enfim, um final de semana de muito aprendizado e diversão que, na minha opinião, teve  alguns momentos marcantes:
Explicações precisas e seguras a respeito do mecanismo que possibilita a produção dos diferentes tipos de drive feitas pelo professor Ariel Coelho .
A fisiologia da voz dissecada pelos fonoaudiólogos Guilherme Pecoraro e Ivan Alexandre.
A videolaringoscopia ao vivo realizada pelo otorrino Reinaldo Yazaki com os mais variados exemplos vocais.
O início da popularização do ensino de canto popular nas palavras do pioneiro em vídeo-aulas Lyba Serra.
O carisma e irreverência de Sérgio Faga, vocalista da Children Of The Beast.
As performances marcantes da banda Andragonia, no sábado, e de Ariel Coelho e outros palestrantes e congressistas na Jam Session do domingo.
E os relatos de experiências de tantos outros colegas.

Fico muito feliz em ver essa luz no fim do túnel, em saber que existem pessoas no Brasil inteiro estudando, se aperfeiçoando e batalhando não só pelo o rock, mas pela conscientização do estudo  e ensino do canto.

Parabéns a todos que participaram e que venha o próximo!

Gustavo Tassi

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Olá!

De volta ao blog. Eu resisti, mas cá estou e pretendo comentar assuntos relacionados à voz cantada e outras coisas que estejam envolvidas com a minha vida de músico e professor de canto.

Aproveitando, não sei se já sabem mas eu faço parte de uma banda cover de Bee Gees! Isso é bem diferente do que eu costumava cantar e está me fazendo crescer muito como profissional.

Gostaria que conhecessem a nossa banda Bee Gees Brazil.

Abraço,

Gustavo Tassi